Motoristas da travessia Santos-Guarujá sofrem com falta de organização no trânsito

Na manhã desta quarta-feira, por causa da neblina, a travessia de balsas entre Santos-Guarujá ficou parada, causando imensas filas. No lado santista, os carros estavam nas imediações do Aquário Municipal. No lado guarujaense, a fila passava do Trevo do Santa Rosa.

Mais do que a neblina, o que irritou os motoristas em Santos foi a demora dos agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para organizar e desviar o trânsito no Canal 7. Sem o desvio, além das duas faixas utilizadas normalmente pelos veículos, a terceira foi dividida por motoristas que iriam acessar a travessia e a região portuária.

Segundo a Dersa, que cuida da travessia, o nevoeiro impediu a travessia de balsas, entre 6h30 e 8h40. Para tentar organizar o caótico trânsito que chegava nas imediações do Aquário, agentes da CET compareceram às 7h20 ao local. De acordo com a Assessoria de Imprensa da companhia, a equipe só foi deslocada naquele horário porque não havia sido comunicada mais cedo pela Dersa.

Sem sintonia entre os órgãos, os motoristas é que acabaram penalizados. “Cheguei na fila às 6h30 e a situação já era crítica”, afirma o aposentado Celso Soares Mauger, que atravessa sempre às quartas-feiras. Como esse tipo de situação de transtorno no tráfego é previsível quando há nevoeiro, diz o aposentado, só era necessário a CET ter agilidade para disciplinar. “Foi lamentável ver até a faixa de pedestres ocupada po rcarros”, desabafou.

Do lado de Guarujá,sofreram também as pessoas que iriam para o trabalho, além daquelas que tinham compromissos inadiáveis, como profissionais que participariam do concurso de prova de mérito dos professores da rede estadual. Foi o caso de Meire Fátima Jorge dos Santos, que mora no Santa Rosa. Ela faria a prova, marcada para começar às 9 horas numa universidade, localizada na Rua Brás Cubas, na Vila Mathias. Preocupada com a fila da travessia que estava muito grande, por volta das 7 horas, Meire resolveu estacionar nas para atravessar a pé. Novamente, outro susto: “A fila estava gigante”.



Como não sabia ir pela estrada, foi buscar o marido em casa para ajudá-la. Logo que passou pela cabine de pedágio da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, às 8h30, pensava que chegaria a tempo. Porém, foi surpreendida com congestionamento na entrada de Santos. “Cheguei às 9h15, mas não permitiram a entrada. Não fui a única que passou por esse transtorno”. Agora, ela irá, com outras colegas, enviar uma petição tentando sensibilizar a organizadora do concurso (Fundação Carlos Chagas) para aplicar nova prova.

Temporada de nevoeiros começa mais cedo

Tardes de clima ameno na Baixada Santista, enquanto na Capital e Interior ocorrem temperaturas mais elevadas. Este contraste meteorológico entre Litoral e Planalto, característico da estação mais fria do ano, chegou antes do previsto. E, com isto, antecipou também a temporada de nevoeiros, com maior frequência na Serra do Mar.

Essas diferenças entre as temperaturas recebe o nome de entrechoque. Conforme cita o diretor científico da ONG Amigos da Água, Ronaldo Bonafim, o fenômeno ocorre a partir do encontro de duas massas de ar com características distintas. “A água do mar demora para esquentar. Já no continente, este processo é mais rápido”, explica Bonafim. “É, em maior escala, como ocorre em dias de verão, quando a areia está quente e o mar gelado”, exemplifica.

Por estar situada em uma zona de transição entre o encontro de massas de ar tropicais (do Norte) e polar (do Sul), a Baixada Santista tem este fenômeno com mais frequência. Assim, é comum temperaturas elevadas na região e, no Planalto, amenas ou vice e versa, dependendo da estação do ano.

Fonte: Jornal a Tribuna





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